Produção Vitivinícola
Falar do Vinho Arinto de Bucelas, não significa apenas falar da produção e do fator económico que o representa, mas também, do lugar de destaque que ocupa na produção vinícola portuguesa, cujas exportações continuam a crescer, com reconhecido mérito, e sucessivos prémios nacionais e internacionais recebidos.
No vinho de “Bucelas”, a principal casta utilizada é o Arinto, podendo ser utilizadas também, em baixa percentagem, o esgana-cão e o rabo de ovelha ou sercial.
As vinhas instaladas nas encostas do vale do Rio Trancão e nos seus tributários, ao longo de 200 hectares, em solos predominantemente derivados de margas e calcários duros, que beneficiam de um microclima bastante frio no inverno, temperado no verão, mas com grandes amplitudes térmicas diárias, originam um vinho excelente, hoje presente em todos os continentes e considerado um dos melhores Vinhos Brancos do Mundo.
Falar do Vinho de Bucelas atualmente, não significa apenas falar da sua produção, que ocupa um lugar de merecido destaque na produção vinícola portuguesa e cujas exportações têm crescido significativamente nos últimos anos, é falar também do “Enoturismo”, que será o veículo promocional da região, da sua cultura, da sua paisagem, associada ao Vinho e à sua produção.
Falar do Arinto é também falar de Bucelas como Capital do Arinto.
Bucelas, conhecida pelos seus vinhos desde tempos remotos, regista com os Fenícios, e mais tarde, com os Romanos, os primeiros passos na produção vitivinícola. Embora tivesse sido bebido durante as comemorações da descoberta do caminho marítimo para a Índia, é com o Marquês de Pombal e com o seu interesse pela vitivinicultura do país, que Bucelas, mercê da boa qualidade dos vinhos já ali produzidos com a casta Arinto, mereceu um forte incentivo ao plantio da vinha.
No século XIX, é com as Invasões Francesas que o vinho de Bucelas adquire verdadeira projeção internacional. Foi Wellington, que no regresso das campanhas em Portugal, o introduziu na corte de Jorge III, vindo a ser conhecido pelo nome de Lisbon Hock (vinho branco de Lisboa).
Bucelas beneficia de um microclima específico, que lhe confere propriedades únicas, cujas vinhas alcandoradas, na sua maioria em vales, viradas para norte, absorvem os nutrientes dos terrenos argilo-calcários, encerrando nos seus bagos todos os néctares dum vinho único.
Reconhecida a sua importância ao nível económico, foi em 1911 criada a Região Demarcada de Bucelas, que abrange a freguesia de Bucelas e parte das freguesias de Fanhões (lugares de Fanhões, Ribas de Cima, Ribas de Baixo, Barras e Cocho) e de Santo Antão do Tojal (lugares de Pintéus, Meijoeira e Arneiro), do concelho de Loures.
Em fevereiro de 2003 foi criada a “Rota dos Vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares” com o objetivo prioritário não só de promover os vinhos de Bucelas, mas também a captação de investimento turístico para a região.